sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Herdeiro mirim. O Erê que se transformou em Tata de Inkice

Filho de Kavunji, entidade da nação Angola, Marcos Roberto Galiza Santos, 36 anos, 14 de iniciado, é Tata de Inkice do Ilê Asé Yá Sitomi, herdado de sua mãe dona Nice de Yemanjá. Desde criança ele convive com a religião.


Angoleiro por Inkice e babalorixá, por herança da mãe, que pertencente à nação Ketu, Marcos desde de criança foi ensinado a respeitar os orixás e a valorizar a cultura de seus ancestrais.


“Com três meses de nascido, minha mãe me deixou com a minha tia para entrar no processo de iniciação e no camarim. Eu era amamentado pelo Erê de minha mãe”, relembra Marcos.


Aos dois anos de idade ele já dançava nas rodas de Candomblé. O Tata de Inkice demonstra uma grande gratidão à dona Nice, mãe de sangue e de quem herdou o Ilê, pelos ensinamentos.


“Ela sabia do meu futuro e por isso, desde criança me ensinava. Com 16 anos já jogava búzios para as clientes dela”, relata Marcos, que hoje transmite ao filho (fotos) os conhecimentos que adquiriu.


O blog Erê fez uma entrevista com o Marcos Roberto, vamos conferir:

ErêMi -Qual a designação do “Ser criança” no candomblé Ketu e Angola?

Tata Marcos-Chama-se Vunji na nação Ketu e na Angola Ibeji .

EM- O que é ser criança para o candomblé?

TM- É ser o começo do candomblé. Nós nascemos, e o começo da vida é a criança, vemos isso nos fundamentos da nossa religião. O “Erê” é quem ensina os fundamentos ao Yawô.

EM- Na infância geralmente não temos responsabilidades, como a criança iniciada no candomblé é preparada a entender a ter responsabilidade?

TM- Tem que ser com calma, com carinho. Nós já trazemos isso desde criança. Herdamos dos nossos antepassados. Muitas vezes as crianças possuem cargos e devem ser iniciadas, mas pela ignorância dos pais, consequência da falta de conhecimento, ou seja, do preconceito. Então tem de haver diálogo, falar sobre o candomblé, desmistificar muita coisas sobre a nossa religião, por exemplo: demonização do candomblé. Mostramos para elas, as crianças, que cultuamos Exu e não o diabo.


EM- Com relação à intolerância religiosa, como as crianças são ensinadas a combatê-la?

TM- O Asé está crescendo muito. Existem leis e organizações contra a discriminação religiosa. E esses preconceitos acontecem por sermos negros ou então por fazermos parte de uma religião afro-brasileira. Teve um filho meu, iniciado, que teve que sair de branco. Ele era chamado de “candomblezeiro” e de gay, mas ele estava maduro e purificado o suficiente para entender esse gesto de ignorância e não se importou. No mais, entregamos nas mãos de Deus, Olorum ou Zambi.



sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Ilês em Salvador

Três terreiros conhecidos na cidade de Salvador.

Ilê Axé Oxumaré

Terreiro Gantois

Terreiro Bate Folha


Visualizar Ilês em Salvador em um mapa maior

Amigos dos Erês